Dentro
da diversidade de seres vivos, o homem destaque-se dos demais animais, pela sua
capacidade racional (pensar-refletir-agir) e emocional (sentimentos), pelo seu
poder de interferir em suas relações: ambientais, sociais, culturais.
Para
Augusto Boal, pensar é sobretudo sentir,
e que só a sensibilidade nos faz saber que existimos. É impulsionado pela
razão e emoção, que as pessoas criam, recriam e modificam o meio em que vivem,
dando significado a existência humana. Construindo assim, processos culturais. Cultura
compreendida como modo de vida das pessoas (subjetividade e objetividade). Processos,
como algo em movimento e evolutivo.
O
ser humano não vive isolado, é um ser relacional. Relacionar-se é criar
vínculos, contato, ligação, identificação. É a capacidade de sair de si, conviver,
compreender e aprender com o outro. O outro,
embora tenha alguma semelhança, é um ser diferente que tem suas próprias
características, e por isso merece respeito as suas peculiaridades.
É nas
relações sociais que o homem se constrói enquanto sujeito histórico e político,
mediado pela prática da ética e da moral. Humaniza-se e evolui. Vivência as
transformações sociais e constrói cultura, “soma ativa de todas as coisas
produzidas por qualquer grupo humano em um mesmo tempo e lugar, em sua relação
com a natureza e com outros grupos sociais” (Augusto Boal, 2009). Nesse
sentido, se faz necessário refletir sobre a interferência benéfico-maléfica do
homem e suas responsabilidades para com o futuro da humanidade. Porque o futuro
é o resultado de tudo que foi vivenciado no presente. Como diz Paulo Freire, o mundo não é o mundo está sendo.
Por
tanto, não basta estar vivo, é preciso dar significado e sentido a existência.
Não basta estar rodeado de pessoas, é preciso compreendê-las. Não basta ver as
coisas, é preciso contemplá-las. Não basta inventar, é preciso sempre resignificar
o que já existe. Viver em sociedade é como já dizia o poeta “é ser um eterno
aprendiz”.
Messias
Pinheiro
Poeta
e Educador Popular