Monstro ou anjo, o que você é?

                                           
Continuamente escutamos as pessoas falarem: “estou decepcionado com meu amigo” ou então “já tive tantas decepções que não confio em mais ninguém”. Depositamos nossa confiança em alguém e muitas vezes somos surpreendidas com atitudes inesperadas.

A decepção acontece porque criamos uma imagem antecipada das pessoas.  E na grande maioria de nossos primeiros contatos com o outro, projetamos um retrato em nossa memória sobre sua personalidade, tirando assim conclusões precipitadas sobre quem é ou poderia ser, o que gosta ou deixa de gostar, o que nos chama atenção ou nos afasta.

Nesse processo de conviver, descobrir e conhecer o outro, percebemos que nossas expectativas não foram correspondidas, caindo-se por terra as vendas de nossos olhos fazendo com que possamos enxergar a outra pessoa tal como ela é. Esse processo afirma que somos singulares e únicos e que não temos o direito de planejar ou modelar a vida de alguém. Pois aquele que esperávamos ser um anjo revela-se um monstro e o monstro revelou-se ser um anjo.

Por tanto, somos seres sociais e de relações. Completamos-nos quando vamos ao encontro do outro respeitando o jeito de ser, pensar e agir, tendo consciência que cada um tem defeitos e qualidades e que assumindo nosso papel enquanto sujeitos de nossa história construímos nossas personalidades.

  Messias Pinheiro

Rosto do homem, rosto de Deus.

            A humanidade na busca pela eternidade pelas coisas divinas vive em constante procura por uma experiência mística, concreta e verdadeira com o ser criador, “Deus”. Sinais dessa procura é o surgimento de novas expressões de fé e religiosidades. Quando menos esperamos inaugura-se uma igreja, seita ou comunidade, uma sede de uma nova entidade religiosa.
           Esse surgimento de novas igrejas e novas comunidades na igreja católica fez emergir uma nova tendência de mercado: shows, lojas com produtos religiosos, missas virtuais, cultos e missas de cura e libertação,acendendo até mesmo uma vela via SMS (mensagem de celular), colaborando para o aumento da idolatria, do individualismo, comodismo, consumismo, fazendo da missão uma negociação, oferecendo o “sagrado” por um preço, pregando um Deus de troca, muitas das vezes um Deus que condena e exclui.
         Jesus, o jovem Nazareno em nenhum momento cobrou preço algum para curar ou libertar. Sua metodologia era o acolhimento sem distinção de raça, nem crença, sexualidade ou origem, Ele acolheu a mulher adultera (João 8,1-11), hospedou-se na casa de Zaqueu (Lucas19, 1-10), curou leprosos (Lucas 17,11-19), repartiu o pão ( Mateus 14,13-21), caminhou lado a lado com seus discípulos (Lucas24,29-31). Sua vocação era fazer a vontade daquele que o enviou, seu diferencial era a vivência diária diante do seu criador, saboreando sua mística, pregando e vivendo a arte de amar. Sua moeda era a liberdade da busca e do encontro, sua casa era o mundo.
Em uma sociedade baseada pela lei do TER e PODER, como contemplar o rosto de Deus? Onde encontrá-lo se o mascaramos? Como fazer adesão a um projeto de transformação que nos convida pela liberdade e pela gratuidade a sermos sinais do Reino aqui e agora?
Por tanto, desde o principio Deus revelou sua morada a humanidade: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Genesis, 1,26). Quem deseja encontrar-se verdadeiramente com ele esteja pronto para reconhecê-lo em cada homem e em cada mulher. Esteja aberto ao acolhimento aos empobrecidos e aos que estão as margens do caminho.
Messias Pinheiro

Roda da Vida


Vivemos um eterno conflito pensando no futuro.
Mas o que será esse futuro?
Se, é apenas o hoje que temos!

É hoje que temos que quitar nossas dívidas.
É hoje que temos muitos afazeres.
É hoje que temos que ser afetivos com nossos familiares.
Ontem passou e não voltará jamais!


Cada dia é uma única oportunidade de viver muitas e novas experiências.
Porque é nas experiências que construimos nossas relações e partilhamos nossas vidas.
é nelas que saboreamos um dos grandes mistérios da criação.

O ato de completar-se

Por ele partilhamos nossas histórias e nos tornamos cúmplices um do outro.
Entregamo-nos e despojamo-nos de nós mesmos.

O que precisamos valorizar é a HUMANIDADE! Pois o resto é matéria e ficará para trás.
E a roda da vida continuará girando, porque ela não para.



Uns vem e outros vão.

Messias Pinheiro

Em Silêncio



Silenciar é a arte de guardar para si as emoções, pensamentos, desejos e acontecimentos. É colocar-se como observador diante das situações e dos fatos. O mistério do silêncio leva um ser a viajar no mundo da imaginação e a ver e crer no produto do seu imaginário, a ter visão própria das coisas. Silenciar é muitas vezes sufocar os gritos e as palavras que não podem ser verbalizadas.

Muitas mulheres guardam em silêncio suas dores pela traição de seus esposos, incompreensão de suas sogras, desrespeito de seus filhos. Muitos homens guardam em silêncio suas preocupações por terem ficado desempregados, seus afazeres e responsabilidades para com a família, suas cobiças pela mulher do próximo e anseios por uma nova oportunidade.

O silêncio é uma característica de pessoas fortes que conseguem controla-se interiormente para que depois não venha arrepender-se. É uma expressão de afeto entre duas pessoas apaixonadas deixando-se ser guiadas pela contemplação e trocas de olhares. O silêncio é a linguagem da alma.

Em uma época de muito barulho e de crescimento da poluição sonora, silenciar é um desafio que traz muitos benefícios, entre eles a concentração, interiorização, o ato de encontrar-se consigo mesmo. Como tudo na vida tem seus dois lados, não esqueça que silenciar também tem.  Por isso não use ele para fugir de seus conflitos e no momento que você perceber a necessidade não tenha medo de quebrar o silêncio e soltar seu grito.
Messias Pinheiro