A humanidade na busca pela eternidade pelas coisas divinas vive em constante procura por uma experiência mística, concreta e verdadeira com o ser criador, “Deus”. Sinais dessa procura é o surgimento de novas expressões de fé e religiosidades. Quando menos esperamos inaugura-se uma igreja, seita ou comunidade, uma sede de uma nova entidade religiosa.
Esse surgimento de novas igrejas e novas comunidades na igreja católica fez emergir uma nova tendência de mercado: shows, lojas com produtos religiosos, missas virtuais, cultos e missas de cura e libertação,acendendo até mesmo uma vela via SMS (mensagem de celular), colaborando para o aumento da idolatria, do individualismo, comodismo, consumismo, fazendo da missão uma negociação, oferecendo o “sagrado” por um preço, pregando um Deus de troca, muitas das vezes um Deus que condena e exclui.
Jesus, o jovem Nazareno em nenhum momento cobrou preço algum para curar ou libertar. Sua metodologia era o acolhimento sem distinção de raça, nem crença, sexualidade ou origem, Ele acolheu a mulher adultera (João 8,1-11), hospedou-se na casa de Zaqueu (Lucas19, 1-10), curou leprosos (Lucas 17,11-19), repartiu o pão ( Mateus 14,13-21), caminhou lado a lado com seus discípulos (Lucas24,29-31). Sua vocação era fazer a vontade daquele que o enviou, seu diferencial era a vivência diária diante do seu criador, saboreando sua mística, pregando e vivendo a arte de amar. Sua moeda era a liberdade da busca e do encontro, sua casa era o mundo.
Em uma sociedade baseada pela lei do TER e PODER, como contemplar o rosto de Deus? Onde encontrá-lo se o mascaramos? Como fazer adesão a um projeto de transformação que nos convida pela liberdade e pela gratuidade a sermos sinais do Reino aqui e agora?
Por tanto, desde o principio Deus revelou sua morada a humanidade: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Genesis, 1,26). Quem deseja encontrar-se verdadeiramente com ele esteja pronto para reconhecê-lo em cada homem e em cada mulher. Esteja aberto ao acolhimento aos empobrecidos e aos que estão as margens do caminho.
Messias Pinheiro