Eu queria me sentar na calçada e está rodeado de amigos. Conversar sobre a vida e sobre os sonhos. Olhar para trás e relembrar as brincadeiras da infância.
- Cai no poço.
- Quem lhe tira?
- Meu amor.
- Com o que?
- Com um beijo e um aperto de mão.
Eram tantas brincadeiras. Passar o anel, esconde-esconde, policia-ladrão, morto-vivo, chutar o tubo, enfim muita alegria.
Relembrar das canticas de roda e de cada sorriso, de cada abraço apertado, dos docinhos nas festas de aniversário e das noites na sorveteria. Relembrar do nosso jeito de ser criança.
Olhar para o presente e contemplar todas as conquistas: Ter um lar e uma família; cursar uma faculdade e poder trabalhar; amar e ser amado; principalmente saber que estamos todos com saúde, enquanto muitos encontram-se hospitalizados.
Queria poder dialogar com os amigos sobre os nossos sonhos. Sobre o caminho que ainda temos que percorrer, e sobre os mistérios que temos pra desvendar. Dialogar sobre a esperança de uma nação soberana, fraterna, solidaria e livre, onde em todas as casas as pessoas tenham o que comer, tenham o direito de viverem felizes e não apenas desejarem a felicidade. Onde os homens e mulheres se encontrem na missão de cuidar da vida e do planeta, não apenas de reproduzirem a especie. Onde a humanidade seja livre. Livre dos instintos egoístas, dos espíritos que oprimem, massacram, humilham e excluem. Livre de tudo que acorrentam a alma e o corpo.
Queria poder olhar nos olhos dos outros e acreditar que nunca estamos sozinhos. Dizem que sempre tem alguém ao nosso lado. Quero acreditar que isso é verdade, preciso seguir em frente, tenho que partir.
Viver, é sempre está preparado para a partida. É nunca deixar de ser caminhante. É levantar-se, seguir, buscar, não parar. É recomeçar a cada segundo.
Messias Pinheiro