Continuamente escutamos as pessoas falarem: “estou decepcionado com meu amigo” ou então “já tive tantas decepções que não confio em mais ninguém”. Depositamos nossa confiança em alguém e muitas vezes somos surpreendidas com atitudes inesperadas.
A decepção acontece porque criamos uma imagem antecipada das pessoas. E na grande maioria de nossos primeiros contatos com o outro, projetamos um retrato em nossa memória sobre sua personalidade, tirando assim conclusões precipitadas sobre quem é ou poderia ser, o que gosta ou deixa de gostar, o que nos chama atenção ou nos afasta.
Nesse processo de conviver, descobrir e conhecer o outro, percebemos que nossas expectativas não foram correspondidas, caindo-se por terra as vendas de nossos olhos fazendo com que possamos enxergar a outra pessoa tal como ela é. Esse processo afirma que somos singulares e únicos e que não temos o direito de planejar ou modelar a vida de alguém. Pois aquele que esperávamos ser um anjo revela-se um monstro e o monstro revelou-se ser um anjo.
Por tanto, somos seres sociais e de relações. Completamos-nos quando vamos ao encontro do outro respeitando o jeito de ser, pensar e agir, tendo consciência que cada um tem defeitos e qualidades e que assumindo nosso papel enquanto sujeitos de nossa história construímos nossas personalidades.
Messias Pinheiro