Inocência


Um dia sonhei com um mundo diferente.

Nesse Mundo...
As pessoas sentavam-se nas calçadas,
tomavam café e conversavam.
As crianças brincavam de roda,
e corriam tranquilamente pela rua.
Os casais de namorados,
contemplavam do banco da praça a beleza da lua.
E nas mesas das famílias,
não faltava pão.

Nele...
Não existia violência e nem guerra.
Não existia ódio e rancor.
Não existia inveja e nem egoismo.
A regra geral era o AMOR.

Messias Pinheiro
Acopiara, 26/10/2013
(22:45)

Ser humano e relações socioculturais.

Dentro da diversidade de seres vivos, o homem destaque-se dos demais animais, pela sua capacidade racional (pensar-refletir-agir) e emocional (sentimentos), pelo seu poder de interferir em suas relações: ambientais, sociais, culturais.

Para Augusto Boal, pensar é sobretudo sentir, e que só a sensibilidade nos faz saber que existimos. É impulsionado pela razão e emoção, que as pessoas criam, recriam e modificam o meio em que vivem, dando significado a existência humana. Construindo assim, processos culturais. Cultura compreendida como modo de vida das pessoas (subjetividade e objetividade). Processos, como algo em movimento e evolutivo.

O ser humano não vive isolado, é um ser relacional. Relacionar-se é criar vínculos, contato, ligação, identificação. É a capacidade de sair de si, conviver, compreender e aprender com o outro. O outro, embora tenha alguma semelhança, é um ser diferente que tem suas próprias características, e por isso merece respeito as suas peculiaridades.

É nas relações sociais que o homem se constrói enquanto sujeito histórico e político, mediado pela prática da ética e da moral. Humaniza-se e evolui. Vivência as transformações sociais e constrói cultura, “soma ativa de todas as coisas produzidas por qualquer grupo humano em um mesmo tempo e lugar, em sua relação com a natureza e com outros grupos sociais” (Augusto Boal, 2009). Nesse sentido, se faz necessário refletir sobre a interferência benéfico-maléfica do homem e suas responsabilidades para com o futuro da humanidade. Porque o futuro é o resultado de tudo que foi vivenciado no presente. Como diz Paulo Freire, o mundo não é o mundo está sendo.

Por tanto, não basta estar vivo, é preciso dar significado e sentido a existência. Não basta estar rodeado de pessoas, é preciso compreendê-las. Não basta ver as coisas, é preciso contemplá-las. Não basta inventar, é preciso sempre resignificar o que já existe. Viver em sociedade é como já dizia o poeta “é ser um eterno aprendiz”.


Messias Pinheiro
Poeta e Educador Popular



Álcool e outras drogas, um convite ao dialogo.

Você já parou para pensar sobre a temática das drogas?
Refletiu sobre a presença do álcool e suas influencias na sociedade?

Essa temática é uma questão a ser abordada na família, na escola, no posto de saúde, na associação de moradores, na comunidade, nas igrejas, na sociedade, em todos os lugares. O convite está lançado. Vamos dialogar.

Mas o que será droga?

Segundo o dicionário Aurélio (o amigo dos inteligentes), “droga é um composto químico de uso médico, diagnostico terapêutico ou preventivo. Substância cujo uso pode levar a dependência. Substância entorpecente, alucinógena, excitante, etc. Coisa de pouco valor ou desagradável”. Isto é, uma substância que causa mudanças na percepção e na forma de agir, variando de pessoa para pessoa, dependendo de suas características individuais, da quantidade utilizada e do tipo de substância consumida.

Se a droga tem o poder de dominar o ser humano, tornando-o dependente e privando-o de sua liberdade, por que será que o uso de drogas lícita (álcool, cigarro, café, medicamento controlados, etc.) e ilícitas (crack, maconha, cocaína, êxtase, e outras) aumenta cotidianamente?Os motivos são variados: curiosidade; fugir da realidade; escapar da timidez e da insegurança; esquecer problemas, frustrações e insatisfações; busca por prazer; correr o risco de enfrentar a morte, necessidade de experimentar novas emoções; sentir-se parte de um grupo; dentre tantos outros. No entanto, momentaneamente ela cumpre seu papel, mas deixa muitas marcas que podem durar à vida toda.  Por causa do alcoolismo, casais se separam e destroem seus lares. Pessoas morrem de acidentes automotivos ou ficam paralíticos. O cigarro pode causar diversas doenças, desde câncer de pulmão até doenças no coração. O crack torna a pessoa totalmente dependente, fazendo com que ela perca o autodomínio, a motivação pra viver, a moral e o respeito social. Como tudo na vida, as drogas também têm seus dois lados, dependem da dosagem. O Uso indevido delas deixam consequências incalculáveis na vida das pessoas.

As pesquisas mostram que, o álcool é a droga mais consumida entre os adolescentes e os jovens.   “Que entre os condutores que dirigiam após beber, o risco de envolvimento em acidentes de transporte foi 184% maior do que entre os que não apresentavam esse comportamento”.Isso é perceptível no público presente nas mesas de bares, nas baladas e em qualquer festinha familiar ou social ou na velocidade que muitos condutores andam pelas ruas e avenidas em dias festivos.

Entorno da cervejinha ou da cachaça, as coisas começam a fluir. Cabe a cada um o cuidado com sua própria vida e com a vida dos outros, pois somos responsáveis pelos nossos atos. Dependente é uma pessoa que de forma periódica ou continua, sente a necessidade de usar um ou mais tipo de droga, para aliviar tensões, ansiedades, medos, etc., criando vínculo com a substância, em detrimento de outras relações, perdendo assim sua autonomia e sua liberdade. 

Messias Pinheiro
Poeta e Educador Popular


Referências: Álcool e outas drogas. Saúde e prevenção nas escolas, v.5, Ministério da Saúde.


Dade

                                                                           
                                                               










                                                                              Felicidade
                                                                        Espiritualidade
                                                             Amorosidade
                                                 Pluralidade
                                   Heterossexualidade
                           Homoafetividade
                  Masculinidade
            Feminilidade
      Identidade
Humanidade

Messias Pinheiro


Praças

As portas das praças não se fecham.
Ela acolhe os sem tetos
Abraça os casais de namorados
É palco da orquestra dos passarinhos
Acampamento dos guerreiros utópicos

Lugar de correr, brincar, sorrir e chorar.

Coragem pra lutar

Os sonhos
Que seus antepassados sonharam
Materializados em luta
Conquistaram seu direito de se expressar.

O sangue
Que seus antepassados derramaram
Na Avenida Brasil
Conquistaram seu direito de votar.

A ousadia
Que seus antepassados tiveram
Nas veredas da vida
Exige de você:

Coragem pra luta não parar.


Messias Pinheiro

Pensamento


Mãos que cantam a Paz


Embalado pelo canto dos pássaros
Vamos juntos minha gente
Cantar a paz e o amor
Cantar festivamente

Cantar a paz interior
A harmonia social
Cantar o canto do mestre da vida
A paz é canto universal

Canta, canta minha gente.
Cantemos cheios de ternura
Cantemos fortemente
Pra aliviar a nossa amargura

Cantemos com amorosidade
Cantemos com o coração
Cantemos com liberdade
O canto da nossa libertação.

A paz é muito mais que um canto
é uma construção que passa em nossas mãos.


Sou

Sou
O tudo e o nada,
O sim e o não.
A luz e a escuridão,
O sol e a lua.

Sou a vida e a morte,
O medo e a sorte.
O barulho e o silêncio,
A festa e a tristeza.

                                    Sou minhas lágrimas
                                               E meus sorrisos.
                                                         O dia e a noite,
                                                                      O vento e a brisa.

Sou verde, vermelho, amarelo e azul.
Cinza, roxo, branco, preto ou marfim.

Sou todas as cores,
Sou muitos amores
Sou todas as flores
Em todo jardim.

Sou tudo o que eu quero,
E o que eu não quero também.


Messias Pinheiro

Ferro a Brasa

Ao cantar do galo, no nascer do sol,
Levanto-me e tomo meu café.
Pra beira do açude com a trouxa na cabeça,
Seguirei minha caminhada a pé.
Quanta roupa suja ainda tenho que lavar?
Comprar sabão fiado na bodega
Sem saber qual o dia terei dinheiro pra pagar.
No final da tarde
Peguei meu ferro a brasa
E na sala da casa
Continuei a trabalhar.
Roupa limpa, engiada.
Era preciso engomar.

                                              Messias Pinheiro

Por quê falam em meu nome?

Estava acontecendo o primeiro Encontro Nacional de Juventudes da RECID, em Luziania-Brasilia, era trinta de janeiro de dois mil e treze, cerca de cento e vinte jovens dos diversos estados do país faziam-se presentes no auditório do Centro de Formação Vicente Canhas.
Naquela manhã, constava na programação um momento de boas vindas e contribuições discursivas por parte da militância. Houve duas mesas, uma com representantes do Governo Federal, e a outra das organizações da sociedade civil.

A primeira com a presença de Silvino Heck (Dept. de Educação Popular, SNAS-SG-PR), Diogo Santana (Secretario-executivo da secretaria geral da presidência da república), Paulo Maldo (Secretário Nacional de Articulação Social), Pedro Pontual (Diretor do departamento de participação social), Salete Moreira (Secretaria de direitos humanos), Severine Macedo (Secretária Nacional de Juventude), onde eles expuseram as ações governamentais por parte da União em relação às políticas para a juventude.  Eles relembraram suas histórias de luta em defesa e construção de um Brasil democrático, e a época de fazer movimento estudantil, pastoral e social.

A segunda mesa foi composta por Jonatan Roré (UNE), Wellington Neto (PJMP), Abuzinho (Levante), Geo (CTO), Luti (Companhia revolucionária triangulo rosa), João (MST), para falarem em nome das juventudes brasileira, cada um relatou os sonhos e os desejos de um poder popular.

De repente surgiu do meio do publico um jovem que gritou.

- Meu nome é Pedro.

- Não me convidaram pra ocupar um assento nessa mesa. Tenho dezessete anos, e eu também quero falar. Sou conectado nas coisas, tenho facebook, gosto de balada, namorar, passear e fazer novas amizades. Ainda não estou trabalhando, todos os dias vou para a escola, digamos que estou estudando. Tenho um transporte, uma moto YBR – 125 cor preta e sem placa. Infelizmente ainda não tenho carteira, mas quero tirá-la. 
  
- Por que me perguntas como comprei essa moto?

- O que você acha?

- Meu pai fez um empréstimo. Um desses que o Governo Federal libera pra classe c. Sou esperto, se não fosse assim, ficaria apenas na vontade e não teria nada.

- Não olhes para mim dessa forma.

- Sou apenas mais um que vocês ficam brincando de falar em meu nome. Vocês dizem que querem transformar o mundo e mudar o sistema. Querem um país soberano, e no governo um poder popular. Mas na verdade todos querem apenas mudar de lugar. Quem ocupa vaga no governo, ontem era movimento social, quem está no movimento social quer está amanhã no governo. Por que vocês ficam se perguntando de qual lado estão? Digam-me na verdade o que vocês querem construir?

- Estão vendo esse homem aqui de terno e gravata?

- Estão vendo como estou vestido? Na natureza somos todos iguais. Ninguém é superior ou inferior. Temos o mesmo dom, Vida.

- Gostaria de pedir que não falem em meu nome. Sou Maria. Sou Luíza.  Sou Antonio. Sou Lucas. Sou aqueles que todos falam por mim.  Envolva-me e me mostrem o porquê devo entrar na roda com vocês.

A verdadeira revolução acontecerá quando assumirmos os rumos de nossas histórias. Quando formos sujeitos de nossos destinos. Quando percebemos que o importante não é o lugar que ocupamos, mas a essência de nossos ideais, de nossas lutas, sonhos e vivências. 

Somos seres pensantes e responsáveis por nossas decisões. Na luta não podemos ter partidos ou rótulos, temos que ousadamente assumir a nossa HUMANIDADE, respeitando a diversidade de raça, cor, sexo, religião ou nacionalidade.
Messias Pinheiro

Dois Meninos no Palácio


Inacreditável, tudo parecia um sonho. Muitos tinham vontade, mas poucos conseguiam. Lucas e Felipe, dois jovens nordestinos, cearenses, ousados e sonhadores, sendo um do interior e o outro da capital, conseguiram chegar ao Palácio.

Não era o castelo da Cinderela e nem um desses de contos de fada. Era o Palácio do Planalto. Castelo real do povo, centro do poder, ocupado por alguém que é leeito para representar os indivíduos, coordenar os programas e projetos nacionais, mediar os interesses da coletividade e administrar o patrimônio público. Além do secretariado e assessores, pessoas de confiança do gestor.

Lugar belo e luminoso, decorado com obras artísticas, cheia de simbolismo, um espetáculo arquitetônico que retrata parte da história do povo brasileiro. Do povo que tem tempo pra fazer turismo, estudar em escola particular, ter plano de saúde, possuir automóvel, pagar empregados, entre outros. Não retrata as maiorias, daqueles que andam de pau de arara ou transporte coletivo, que utilizam o SUS, o PROUNI, o Bolsa Família, que deixam os filhos nas creches pra ir trabalhar, dos "sem luzes" que ocupam as carteiras nas escolas, dos que esperam a chuva chegar pra poder plantar e colher. Esses são felizes por terem em seu quintal uma cisterna de placas. Ele não é uma pintura da classe que eu faço parte, dos agricultores, trabalhadores, suburbanos, periféricos, empobrecidos. Infelizmente, não é um retrato da maioria. Somos a base dessa pirâmide.

Na galeria dos Presidentes, havia a foto de todos eles, desde Teodoro da Fonseca até Luiz Inácio Lula da Silva. Um fato que chamou atenção dos meninos nas imagens era a seriedade que elas repassavam, onde apenas dois quebraram a formalidade, sorrindo na foto oficial. João Figueiredo, o último presidente do período da ditadura militar com mandato de 15 de março de 1985 e Lula, primeiro presidente oriundo da classe trabalhadora, operário e nordestino, sem especialidades acadêmicas com mandato de 1 de janeiro de 2003 a 1 de janeiro de 2011.

Lucas e Felipe só pisaram naquele chão graças a uma jovem mulher, servidora da presidência da república, que o destino os apresentou no prieiro encontro nacional das juventudes da rede de educação cidadã, que estava acontecendo em Luziânia (GO). Ela os conduziu por aquele passeio por volta das 20h do dia 1º de fevereiro de 2013, horário que o Palácio do Planalto está fechado para visitantes. Os meninos voltaram para o local do evento, felizes e reflexivos. Foram e voltaram em um dos carros que prestam serviços a presidência.
Messias Pinheiro

MARIAS



Sou Maria das Dores, tenho 63 anos, 07 filhos e sou viúva. Todos os dias acordo por volta das quatro horas da manhã. Bem cedo tenho que fazer a merenda das crianças, dar banho e deixá-las no ponto do carro  de linha, para que elas possam ir para a escola na cidade.

Sou Maria das Graças, tenho 20 anos. Trabalho como auxiliar de serviço em uma loja d e moveis na minha cidade. Com 16 anos conheci meu esposo casei e parei meus estudos, assim vou seguindo a vida.

Sou Maria Auxiliadora, tenho 38 anos, sou casada e mãe de 02 filhos, formada em economia e trabalho ao lado de meu esposo gerenciando as empresas.

Sou Maria Aparecida, tenho 09 anos e moro com uma tia. Não conheci minha mãe, ela morreu minutos depois que nasci.

Sou Maria das Neves, tou bem pertinho de completar 55 anos. Todos os dias ando por essa redondeza, paro aqui, paro acolá, e tomo uma bicada de pinga pra acalmar meus nervos.

Sou Maria José, tenho 68 anos e moro sozinha nessa casa. Meus irmãos estão todos casados, cada um com sua família. Eu fui a única que não casei.

Sou Maria da Glória, tenho 26 anos e estou muito ansiosa. Estou grávida de 08 meses. É uma alegria aguardar a vinda de minha primeira filha.

Sou Maria de Nazaré, tenho 17 anos, estou noiva de José, mas sem esperar recebi a noticia que estou grávida.  Imagine grávida sem conhecer homem algum.  Um escândalo pra minha família, uma jovem grávida sem ter esposo. Vocês não sabem o que estou enfrentando para assumir meu filho, poder cuidar dele e dar todo o amor que ele necessitará.

Sou Maria em todos os títulos, Maria de janeiro a janeiro, sou Maria em corpo de mulher e sou homem em corpo de Maria. Humanamente, divinamente, mãe, mulher, Maria.
Messias Pinheiro

Na Calçada



Acabei de chegar em casa. São 22 horas e 26 minutos. Encontrei esparramado pelo chão de minha calçada um senhor que não sei do nome, o batizei pelo pseudônimo de Zé Qualquer. Aparentemente ele tem entre 50 a 60 anos. Com alto teor de álcool, Qualquer não sabia em que lugar se encontrava.

Uma cena que nos deparamos cotidianamente nas calçadas, que se tornou tão comum a ponto de não tocar nossa sensibilidade. Vendo ele deitado na esquina da Rua Pedro Alves com a Rua Padre Leopoldo Rolim, com um temporal de chuva se aproximando fiquei sem saber como reagir. Contemplei o Cristo em minha porta com frio e sem ter para onde ir. Senti vontade de ajuda-lo, mas fiquei com medo de sua reação.

Abri o portão, entrei no apartamento e fui até a despensa. Pequei um colchonete e um lençol, com um friozinho na barriga desci as escadas e me aproximei dele, fiquei chamando até ele acordar. Perguntei onde ele morava, respondeu-me que morava ali mesmo. Perguntei novamente e ele disse que morava na Vila São João.

Pedi que o Zé levantasse e fosse se deitar no colchonete no prédio que estava em construção no outro lado da rua. Olhando para ele fiquei pensando:

 Como ele, quantos estão caídos nessa estrada nessa hora?

Zé que tem nome e sobrenome, que trabalha no pesado para dar o sustento a sua família, que se casou, teve filhos e constituiu um lar. Zé Qualquer, trabalhador, honesto, homem de bem, entregou-se nos braços da bebida perdendo o controle de seus atos, deixando-se ser totalmente dominado.

Existe muitos “Zé” espalhado pelo Brasil, vivendo essa situação de opressão.

Messias Pinheiro

Por onde anda...

Por onde anda a lua,  Que não veio me visitar?  Por onde anda o sol,  Que não bateu em minha porta?  Por onde anda as águas do mar,  Que não me banharam?  Por onde anda as abelhas,  Que não trouxeram meu mel?  Por onde anda os ventos,  Que não tocaram minha pele?  Por onde anda você,  Que me deixas a tua espera?  Messias Pinheiro

 Por onde anda a lua,
Que não veio me visitar?

Por onde anda o sol,
Que não bateu em minha porta?

Por onde anda as águas do mar,
Que não me banharam?

Por onde anda as abelhas,
Que não trouxeram meu mel?

Por onde anda os ventos,
Que não tocaram minha pele?

Por onde anda você,
Que me deixas a tua espera?

Messias Pinheiro



Hoje

Eu queria me sentar na calçada e está rodeado de amigos. Conversar sobre a vida e sobre os sonhos. Olhar para trás e relembrar as brincadeiras da infância.
- Cai no poço.
- Quem lhe tira?
- Meu amor.
- Com o que?
- Com um beijo e um aperto de mão.
Eram tantas brincadeiras. Passar o anel, esconde-esconde, policia-ladrão, morto-vivo, chutar o tubo, enfim muita alegria. 

Relembrar das canticas de roda e de cada sorriso, de cada abraço apertado, dos docinhos nas festas de aniversário e das noites na sorveteria. Relembrar do nosso jeito de ser criança.

Olhar para o presente e contemplar todas as conquistas: Ter um lar e uma família; cursar uma faculdade e poder trabalhar; amar e ser amado; principalmente saber que estamos todos com saúde, enquanto muitos encontram-se hospitalizados.

Queria poder dialogar com os amigos sobre os nossos sonhos. Sobre o caminho que ainda temos que percorrer, e sobre os mistérios que temos pra desvendar. Dialogar sobre a esperança de uma nação soberana, fraterna, solidaria e livre, onde em todas as casas as pessoas tenham o que comer, tenham o direito de viverem felizes e não apenas desejarem a felicidade. Onde os homens e mulheres se encontrem  na missão de cuidar da vida e do planeta, não apenas de reproduzirem a especie. Onde a humanidade seja livre. Livre dos instintos egoístas, dos espíritos que oprimem, massacram, humilham e excluem. Livre de tudo que acorrentam a alma e o corpo. 

Queria poder olhar nos olhos dos outros e acreditar que nunca estamos sozinhos. Dizem que sempre tem alguém ao nosso lado. Quero acreditar que isso é verdade, preciso seguir em frente, tenho que partir.

Viver, é sempre está preparado para a partida. É  nunca deixar de ser caminhante. É levantar-se, seguir, buscar, não parar. É recomeçar a cada segundo.
Messias Pinheiro

SOMOS A SOCIEDADE QUE NUNCA TEM TEMPO.

O que será o tempo? Qual a diferença do meu tempo para o tempo do meu vizinho? Porque vivemos em uma busca incessante para encontrarmos um pouquinho de tempo? Essas são perguntas norteadas para uma reflexão sobre como administramos o nosso tempo.

O “tempo” é um termo que o homem determinou para organizar a historia em presente, passado e futuro, Tendo como marco dessa transição, o nascer e o por do sol. A partir dai surgiu o dia (24 horas ), mês ( 30 ou 31 dias ), ano ( 365 dias ou 12 meses ). Essa organização veio facilitar a vida das pessoas no gerenciamento de seus compromissos, tanto no mundo do trabalho como na família ou em suas particularidades, sendo que o objetivo principal dessa organização é a vida em sociedade.

Todas as pessoas, oriundas de todas as classes sociais, raças, cores, crenças, naturalidades tem o mesmo tempo para cumprir suas tarefas diariamente. Porém, uma pequena parcela da população sabe como governar o seu tempo, distribuindo de acordo com os seus compromissos e suas prioridades e a outra parte vive em grande conflito.

São muitos os reflexos da má administração do tempo, entre eles podemos citar: o indiferentismo nas relações interpessoais, a cultura do atraso no horário de iniciar as reuniões, eventos, etc. A falta de percebermos a outra pessoa que passa em nosso caminho, enfim, a desvalorização da pessoa humana e suas necessidades sócias afetivas.

Então: pare, pense e planeje sua vida, seus compromissos, seus projetos, seus sonhos na perspectiva de uma melhor qualidade de vida. Respeitando o espaço do outro e construindo seu próprio espaço, dando o real valor ao “tempo”, deixando cada coisa no seu devido momento, saboreando cada experiência, pois as oportunidades são únicas e nosso tempo não volta atrás.

Messias Pinheiro